Muitas vezes, frente à nossa sublime capacidade de reagir fortemente às peripércias da vida, comparamos nós mesmos com raízes de uma robusta árvore ou espinhos de uma perigosa flor. Nos por menores, não passamos de pétalas sensíveis de perfumadas e encantadoras rosas. Ruímos sobre nossos caules quando agredidas, e vemos com os mesmos olhos nosso desabrochar e nosso murchar. Derramamos mais orvalho que o necessário quando não nos cuidam com amor e, principalmente, quando nos machucam. Ao contrário de rosas, também sofremos com o desapego daqueles que com tanto zelo cuidamos, esperando que com muito amor seja nossa recepção. Dói mais do que deveria sentir que não somos orgulho daqueles que são nossa inspiração. Machucam comparações com aquilo que chamamos de maus exemplos, ou quando nos encaixam em características ''pouco louváveis'', as quais não destinamos nem aos nossos inimigos. São dores silenciosas, inimigas da prospecção de um sentimento, pois acabam minimizando os bons momentos para que caibam tantas ofensas passivas. Dói ver palavras sinceras proferirem dolorosas e sutis críticas, que jogam por água abaixo todo o esforço que temos para alcançar um lugar memorável na vida de quem tanto gostamos. Mas, dentre tantas possibilidades, o que mais fere é não conseguir, em momento nenhum, ter sequer vontade de revidar as ofensas. Quanto mais ouvimos as vozes de nossos preciosos tagarelarem flechas de tristeza, mais vontade temos de dizer o quanto é grande nosso sentimento, o quanto admirado o outro é por nós, o quanto os consideramos únicos e magníficos. Árduo é o trabalho de lutar contra essa vontade incessante de engrandecer o ego de nossos amantes, suprindo-os com palavras doces e amáveis que, inegavelmente, são extremamente sinceras e traduzem parte do grande todo de amor que guardamos dentro de nós. Engraçado é como enriquecemos esses sentimentos belíssimos com a lama que nos é atirada e, mesmo empregnados de negatividade e desmotivação, reerguemos nossos corpos atirados ao chão para poder mais uma vez tratar com carinho e atenção a origem de todo o caos. Seria cômico, se não fosse trágico.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
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Muitas vezes, frente à nossa sublime capacidade de reagir fortemente às peripércias da vida, comparamos nós mesmos com raízes de uma robusta árvore ou espinhos de uma perigosa flor. Nos por menores, não passamos de pétalas sensíveis de perfumadas e encantadoras rosas. Ruímos sobre nossos caules quando agredidas, e vemos com os mesmos olhos nosso desabrochar e nosso murchar. Derramamos mais orvalho que o necessário quando não nos cuidam com amor e, principalmente, quando nos machucam. Ao contrário de rosas, também sofremos com o desapego daqueles que com tanto zelo cuidamos, esperando que com muito amor seja nossa recepção. Dói mais do que deveria sentir que não somos orgulho daqueles que são nossa inspiração. Machucam comparações com aquilo que chamamos de maus exemplos, ou quando nos encaixam em características ''pouco louváveis'', as quais não destinamos nem aos nossos inimigos. São dores silenciosas, inimigas da prospecção de um sentimento, pois acabam minimizando os bons momentos para que caibam tantas ofensas passivas. Dói ver palavras sinceras proferirem dolorosas e sutis críticas, que jogam por água abaixo todo o esforço que temos para alcançar um lugar memorável na vida de quem tanto gostamos. Mas, dentre tantas possibilidades, o que mais fere é não conseguir, em momento nenhum, ter sequer vontade de revidar as ofensas. Quanto mais ouvimos as vozes de nossos preciosos tagarelarem flechas de tristeza, mais vontade temos de dizer o quanto é grande nosso sentimento, o quanto admirado o outro é por nós, o quanto os consideramos únicos e magníficos. Árduo é o trabalho de lutar contra essa vontade incessante de engrandecer o ego de nossos amantes, suprindo-os com palavras doces e amáveis que, inegavelmente, são extremamente sinceras e traduzem parte do grande todo de amor que guardamos dentro de nós. Engraçado é como enriquecemos esses sentimentos belíssimos com a lama que nos é atirada e, mesmo empregnados de negatividade e desmotivação, reerguemos nossos corpos atirados ao chão para poder mais uma vez tratar com carinho e atenção a origem de todo o caos. Seria cômico, se não fosse trágico.
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2 comentários:
Tu é muito linda.
Muito complicada, mas legalzinha.
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