sábado, 26 de março de 2011


Acordar, dormir, sonhar, viver, chorar, amar, brigar, beijar... nem eu que sou fã de verbos e seus significados suporto com plena calma a existência de tanto a se fazer. Não é a toa que, vira e mexe, nos deparamos com momentos de tensão, aflição e dúvidas - muitas dúvidas. Parece que a vida toda vai se alterando diante das nossas escolhas e sobra sempre aquela pontinha de curiosidade sobre o que teria acontecido se seguíssemos aquele outro caminho, abandonado na escolha desse. Porém, quando encontramos felicidade nas nossas decisões, os cinquenta por cento que poderiam culminar num caminho ainda melhor não são suficientes para despertar arrependimento, afinal há os cinquenta por cento de chance de frustração - que parecem ainda mais reluzentes sendo este caminho escolhido tão bem sucedido. As vezes temos medo das nossas atitudes e acabamos destinando a elas muita atenção, superestimando o que era pra ser só mais um procedimento natural do nosso cotidiano. Nos relacionamentos é onde adoramos complicar, dos mais variados modos. Queremos com tanta intensidade a felicidade alheia que cogitamos até abrir mão de sua companhia pra deixá-lo livre e feliz. Sem cogitar a hipótese da tristeza que isso poderia gerar, pensamos que livrar nossos amados dos nossos defeitos é mais importante do que presentea-los com nossas melhores qualidades. Não sei até onde essa teoria é equívoca, mas todos hão de convir o quanto ela apresenta alto teor de insensatez. Voltando a falar dos verbos, mais importante que a sua existência é, sem dúvida, o seu significado. E os que possuem multiplos verbos implícitos em sua essência, esses sim são fortes candidatos a produtores de complicações. Gostar, por exemplo, inclui inúmeros e até opostos outros verbos que até ontem eu poderia apostar que não podem coexistir pacificamente. E quem falou em pacificamente quando se trata de nosso interior, nosso emocional? Eu defino o meu como uma verdadeira guerra, onde há em todo o tempo sentimentos brigando entre si, me deixando confusa sobre o que fazer, algumas vezes me prejudicando e outras não tão raras me ajudando a enfrentar os conflitos externos. Viver é uma confusão onde a única saída é entrar de cabeça e estar ciente que, em vários momentos, você chegará muito perto de perdê-la.

Um comentário:

Anônimo disse...

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