
Hora de acordar, mais uma vez. Não gosto mesmo e não há quem me convença das boas intenções desse incômodo despertador. Mas, tudo bem - depois de tantas invenções benignas e úteis, teria uma que seria antagônica a tanta comodidade. Os segundos dissolvem minha revolta momentânea - que retorna minutos depois, quando descubro que estou atrasada. O céu nublado em nada ajuda o processo de acelerar meus passos, rumo ao metrô. É, esse metrô que eu acabo de perder e mesmo assim já posso sentir o aperto do próximo que virá. Enfim chego ao meu destino: a faculdade. Aquele conglomerado de mentes pensantes, mas que nem de longe destinam seus pensamentos as matérias tenebrosas que são alí ministradas. Somos aqui adolescentes disfarçados de gente grande, que uma vez ou outra caem do salto, deixam seus bigodes mal colados e de algum modo deixam transparecer a sua vontade gritante de apenas voltar pra casa e brincar de boneca. Passamos algo em torno de oito horas como telespectadores contínuos de aulas extensas e confusas, que só se lucidarão quando perdermos nossos fins de semana baixando slides de emails pouquíssimamente atualizados. Essa vida universitária não engloba o luxo e o prazer disseminados pelos filmes americanos de festas e promiscuidade. Talvez alguns desfrutem a promiscuidade, mas de forma bem menos explícita. Odiamos alguns. Tá bom, odiamos a maioria dos que passam alí, com sorrisos perdidos ora de descoberta, ora de proximidade da partida daquele antro de despreparados em busca do tão comentado futuro. A minha hora de voltar pra casa chega, muitas vezes acompanhada dos poucos amigos que consegui fazer, mas algumas também acompanhada pelas minhas lamentações. As minhas ocupações daí em diante não são muito interessantes, e se repetem incessantemente todos os dias - excetos feriados e dias santos, os quais eu me dedico a decifrar as mencionadas aulas. Olhando assim, não parece nada atraente viver a minha vida. E talvez realmente não seja. Espero que agora as pessoas tenham exterminado toda e qualquer possibilidade de invejar a minha pobre existência! Amém.
3 comentários:
vou orar por você,
mannola.
kkkkkkkkkk vc é cômica sem querer,nhão. gosto taaaanto de vc, dos seus textos, do seu jeito. tuudo! (: beijo
Tu é muito linda, pena que não me dá mole!
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