sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Believe


As vezes me pergunto se pra ser bom em alguma coisa, temos que obrigatoriamente nos inspirar naqueles que pelo menos tentaram feitos similares. Do meu ponto de vista, enxergo que os bons, na maioria das situações, são os inovadores, os pioneiros. E eles, então, se tornam exemplo para os milhares que sucederão suas conquistas, inspirando-se e copiando seus métodos. No meu gosto por ensinar sei o quanto é prazeroso admirar o sucesso daqueles que tomaram conosco algumas lições sobre como alcança-lo. Mas mais saboroso ainda é o gosto da vitória por mérito próprio, onde você caminhou (e tropeçou) com as próprias pernas e dificuldades pra chegar ao ponto almejado. Adoro escrever e, como eu, milhares de pessoas antecederam minha existência com essa mesma paixão. Dessas tantas, pouquíssimas se tornaram gênios capazes de inspirar gerações e terem citações nas mais diversas publicações. Não sei se é um desejo coletivo, mas eu me pego constantemente na esperança de me tornar não uma cópia, mas um referencial. Não é ambição demais - pelo menos, eu acho que não. Acreditar em si mesmo é ferramente essencial para convencer os outros a fazê-lo também. Mas meu desejo vem acompanhado de algumas verdades que colhi ao longo da vida que, de uma forma ou de outra, remetem ao fato da minha pouca afinidade com a leitura. Sempre me destaquei em concursos de redação da primeira série, ou até mesmo em concursos sérios como o tenebroso vestibular. Mas minha estante não está saturada de autores variados - e os poucos que nela se encontram não ganharam minha confiança para ocuparem minhas mãos. O mais recente que li foi incrível, se chama "Feios" e retrata uma possível realidade futura, mesclada a idéias mirabolantes e imaginação exacerbadamente fértil. O livro me chamou a atenção, mas há um tempo abandonei a leitura nas páginas finais e não encontrei forças pra concluir. Enquanto leio um livro não consigo deixar de bolar um final alternativo, oriundo do meu incessável imaginário que não se contenta com aquelas combinações de palavras, muito menos com aquele caminho que o pensamento começou a tomar. Ser muito crítica talvez não seja a qualidade mais admirável, mas ela é sincera e inevitável. Quero um dia ser alvo de críticos, ocupar estantes - abarrotadas e abandonadas. Quero conhecer discípulos e também aqueles que mudarão os meus finais. Eu quero tanto, tanto... que a cada dia que passa me sinto mais perto de conseguir.

3 comentários:

Anônimo disse...

conheço um cara que tem uma estante imaginária abarrotada de 'obras suas, é seu dicípulo declarado e está ancioso pelo seu êxito!

/parabéns (:

entretenimento disse...

Tinha ouvido falar, mas não imaginava que era tão “boa” assim com as palavras. Isso é um dom. Que Deus te preserve assim.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.