sábado, 12 de junho de 2010

Valentine's Day

Falar sobre relacionamentos quase nunca é uma tarefa trivial. Qualquer interação entre seres humanos tem tantos pontos críticos que dificulta recursos como comparação ou um estudo mais detalhado sobre essas relações. A idéia inicial de falar sobre esse tema veio acompanhada da vontade de fugir do tradicional, abusar de termos chulos e citações aleatórias, como a célebre da parte não tão alva da cultura musical brasileira "solteira sim, sozinha nunca". Mas nem sempre é possível fugir a uma linha de raciocínio - e nem recomendado. Essa proximidade com o Dia dos Namorados, data tão esperada pelos casais apaixonados e repugnadas pelas panelas sem tampa, evidentemente teve grande influência sobre minha escolha. As vitrines das lojas ganham a tenebrosa coloração avermelhada da paixão, ornada com coraçõezinhos e outras coisas fofas que remetam ao amor e a importância de celebrá-lo. Não que quem não tenha namorado não ame, mas apenas não tem essa necessidade de expor ao mundo como e quanto ama. Pior do que lidar com esse bombardeio de artigos para namorados é alegar estar "solteiro por opção". Você acha mesmo que há essa categoria? Podemos não ter achado a pessoa certa, não estar no momento certo ou até mesmo no lugar certo, mas nada disso ocorre por pura escolha! A não ser que você acorde com uma peculiar vontadezinha de se trancar num quarto escuro e nele habitar pelo resto da vida, se ausentando da companhia de qualquer um - aí sim, totalmente sozinho por opção. Há quem se zangue em ser denominado como encalhado, o que não é o meu caso. Ofensivo mesmo é dizer que está com alguém apenas para não estar sem alguém, isento de qualquer sentimento especial. Como eu disse, relacionamentos são complexos e até a falta deles é motivo para longas e ineficazes análises. Não gastar meu dinheiro num dia de junho me faz sentir bem. Mas, não ter com quem gastar meu dinheiro nesse tal dia, nem tanto. "Antes só do que mal acompanhado" é a última frase que gostaria de citar hoje (prometo!) pois, dentre tantos outros termos pouco sinceros, é o que merece crédito por sua singular veracidade. Não sei vocês, mas eu prefiro passar o dia dos namorados (e a véspera dele) escrevendo para um blog sobre relacionamentos mal sucedidos do que me lamentando por estar com alguém o qual eu, nem por um segundo, gostaria verdadeiramente de estar. Seja qual for a sua situação, se está contando as horas pra que chegue o amanhã ou para que ele passe tão rápido que mal seja percebido, um feliz dia dos namorados. E não caia nessa de um dia pros namorados e trezentos e sessenta e cinco pros solteiros, pois felicidade pode ser alcançada quando e como você quiser. Amem... amém!

Um comentário:

stephanie rabelo disse...

ana,adorei. E po, vc tocou na ferida: Não existe solteiro por opção..haha linda. saudade