segunda-feira, 13 de abril de 2009








Enquadrados na nossa realidade, como uma moldura abstrata daquilo que não se deveria rotular. A nossa rotina se torna assim, imprópria, indevida, mas persistente e comum.
De dentro de nossos veículos capitalizados, observamos do lado visível do fumê uma realidade digna de lamentos, mas jamais de atitudes efetivas. Carências, pobreza, desigualdade.
Mas há igualdade sem parâmetros ? Ou parâmetros acentuam os 'melhores' e 'piores' do contexto ? É a falta de respostas pra indagações desse tipo que conduz nossa realidade a ir regressivamente até atingir o ponto máximo, que, nesse caso, é o mínimo.
Nossos olhos superiores caracterizam e segregam algumas almas. Elas são piores por não terem nascido com a nossa infeliz sorte de acreditar no poder do domínio. São mal aventuradas por não terem nossas angústias de gana e de incessável necessidade de ascenção. Eles são o podre das maçãs por simplesmente não usarem dos mesmos padrões e valores deturpados que nós. Nós construimos suas mentes assim, e depois com um singelo e inocente sorriso, dizemos que eles são rebeldes, violentos e não são sociáveis nem têm classe.
Pose, status, posição social, valores fantasiosos... e alma atormentada. Até que ponto vale a pena sustentar essa cena para alimentar a crítica de forma positiva, e corromper seus ideais internos ? Não há no mundo uma razão integralmente consistente pra fazer um ser humano desvalorizar outro de sua espécie buscando o prestígio de outros, que de tão alienados parecem acéfalos. Há chances de melhorar, ainda tem-se esperança que a consciencia um dia dominará o desejo eufórico de auto destruição da humanidade.
Mas enquanto essa consciência é sufocada por imposições criadas a partir de sabe-se lá o que, o medo de juntar-se e segregar não entre ricos e pobres, mas entre nobres de espírito e miseráveis do mesmo dominará a mente daqueles que, por se conhecerem, já sente-se parte da pior das partes.
O velho discurso da mudança a partir da atitude individual continua valendo, mas não de uma forma tão superficial. Não é necessário expressar sua comoção com os desabrigados ou famintos. Antes de partir pra esse estágio essencial de ajuda ao próximo, tente alimentar de visão crítica e revolucionária o faminto e carente destas mais próximo de você. E se for você mesmo, não se sinta envergonhado em trabalhar com seu eu interior para, enfim, exteriorar toda a energia que vai acumular e utilizá-la na evolução.
O dia está perto, mas o caminho cada vez mais oculto para os olhos destraídos dos demais. Ajude-se. Ajude-nos.

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