Todo começo é precedido por um fim, afinal, para que exista
o novo, o velho teve que ser exterminado de alguma forma. Dizer dessa forma faz
parecer que o processo é calmo, mas na grande maioria das vezes a ruptura de
uma realidade para a chegada de uma nova é drástica e de consequências
substanciais. O mais complexo é o entendimento dos fatos, que se dão de uma
forma tão intensa que acabam por perturbar nossa capacidade de compreensão, que
é substituída pela raiva e/ou indignação.
O importante é ter a calma e a serenidade para esperar a
erupção passar e caminhar sobre as cinzas do vulcão: causará dor, obviamente, e
deixará cicatrizes que dificilmente irão sumir. Mas quando tudo passar, você
estará resistente e resiliente, aprimorando a capacidade de se refazer a cada
queda.
Não cabe a ilusão de crer ter sido a última vez, a última
lágrima ou o último sofrimento: no máximo podemos nos certificar que quem gerou
tais desconfortos não torne a ser o responsável por acontecimentos semelhantes
no futuro.
A culpa também não deve simplesmente ser exaltada, afinal
ela não é a protagonista. Quem se destaca, por direito, são as consequências
dos ocorridos, e não a determinação de quem os proporcionou.
Há tanto a ser dito, mas ao mesmo tempo tantas palavras
seriam inúteis diante da inexistência de um padrão, de características de identificação,
de perfis específicos que culminem em sofrimento: ele aparece em cantos
inimagináveis, onde imaginávamos residir bons corações que jamais teriam a
habilidade de magoar. Mas eles magoam.
Felizmente, a mágoa, como qualquer outra lesão, pode ser
cicatrizada. Uma vez realizado esse processo, não haverá sensibilidade naquela
região; mas as demais localidades ainda estão susceptíveis a novos ataques.
Vingança, para mim, não cabe aqui. É preciso entender que os
fatos já ocorridos não são passiveis de mudança, então a melhor saída é a
felicidade plena, o desejo de boas energias aos que te magoaram e a evolução
interna, buscando tornar-se uma pessoa melhor a cada dia.
Os bons ventos sopraram em minha direção nessa noite, e
depois de tantas turbulências, me sinto num voo calmo com destino ao melhor que
posso ter. Nada é por acaso, mas nem por isso podemos nos isentar da influência
que temos sobre os acontecimentos. Hoje, tenho apenas uma história feliz com um
final triste, o qual justifica a manutenção dos fatos no passado, e em hipótese
alguma transcrevê-los ao presente.
Hoje, eu respirei fundo e não senti o choro preso na
garganta: ele não está mais lá. O que eu reparei que está lá é uma vontade
imensa de progredir, em todos os âmbitos. Assim sendo, posso afirmar que
sobrevivi e aprendi a viver na melhor companhia do mundo: a minha, nunca ignorando
aqueles que me abraçaram forte e acolheram minhas lágrimas.
À vocês, o meu sucesso em seguir em frente. Hoje, eu estou
bem.
3 comentários:
Conte sempre comigo filha!
Lindo como sempre!
Lindo como sempre!
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