quinta-feira, 6 de junho de 2013

O outro do "um dia após o outro"

Todo começo é precedido por um fim, afinal, para que exista o novo, o velho teve que ser exterminado de alguma forma. Dizer dessa forma faz parecer que o processo é calmo, mas na grande maioria das vezes a ruptura de uma realidade para a chegada de uma nova é drástica e de consequências substanciais. O mais complexo é o entendimento dos fatos, que se dão de uma forma tão intensa que acabam por perturbar nossa capacidade de compreensão, que é substituída pela raiva e/ou indignação.
O importante é ter a calma e a serenidade para esperar a erupção passar e caminhar sobre as cinzas do vulcão: causará dor, obviamente, e deixará cicatrizes que dificilmente irão sumir. Mas quando tudo passar, você estará resistente e resiliente, aprimorando a capacidade de se refazer a cada queda.
Não cabe a ilusão de crer ter sido a última vez, a última lágrima ou o último sofrimento: no máximo podemos nos certificar que quem gerou tais desconfortos não torne a ser o responsável por acontecimentos semelhantes no futuro.
A culpa também não deve simplesmente ser exaltada, afinal ela não é a protagonista. Quem se destaca, por direito, são as consequências dos ocorridos, e não a determinação de quem os proporcionou.
Há tanto a ser dito, mas ao mesmo tempo tantas palavras seriam inúteis diante da inexistência de um padrão, de características de identificação, de perfis específicos que culminem em sofrimento: ele aparece em cantos inimagináveis, onde imaginávamos residir bons corações que jamais teriam a habilidade de magoar. Mas eles magoam.
Felizmente, a mágoa, como qualquer outra lesão, pode ser cicatrizada. Uma vez realizado esse processo, não haverá sensibilidade naquela região; mas as demais localidades ainda estão susceptíveis a novos ataques.
Vingança, para mim, não cabe aqui. É preciso entender que os fatos já ocorridos não são passiveis de mudança, então a melhor saída é a felicidade plena, o desejo de boas energias aos que te magoaram e a evolução interna, buscando tornar-se uma pessoa melhor a cada dia.
Os bons ventos sopraram em minha direção nessa noite, e depois de tantas turbulências, me sinto num voo calmo com destino ao melhor que posso ter. Nada é por acaso, mas nem por isso podemos nos isentar da influência que temos sobre os acontecimentos. Hoje, tenho apenas uma história feliz com um final triste, o qual justifica a manutenção dos fatos no passado, e em hipótese alguma transcrevê-los ao presente.
Hoje, eu respirei fundo e não senti o choro preso na garganta: ele não está mais lá. O que eu reparei que está lá é uma vontade imensa de progredir, em todos os âmbitos. Assim sendo, posso afirmar que sobrevivi e aprendi a viver na melhor companhia do mundo: a minha, nunca ignorando aqueles que me abraçaram forte e acolheram minhas lágrimas.

À vocês, o meu sucesso em seguir em frente. Hoje, eu estou bem.

3 comentários:

Anônimo disse...

Conte sempre comigo filha!

Unknown disse...

Lindo como sempre!

Unknown disse...

Lindo como sempre!