segunda-feira, 21 de junho de 2010

happy birthday!

Eles não perdoam. Os anos estão aí, interruptos e independentes da nossa vontade de não deixá-los passar. Ou, por vezes, contrários a nossa fixação para que atinjam alta velocidade e passem suficientemente rápidos para não serem notados. Hoje, mais um passou pra mim e eu completo dezoito primaveras. No entanto, nem tudo foram flores e os invernos mais rigorosos já reinaram nessa minha pequena história de vida. Aniversários são datas festivas, ainda que existam pessoas que simplesmente abominam a data; não é o meu caso - eu me dou bem com tantos e simultâneos parabéns. É divertido observar os processos que amparam essa data e, principalmente, notar a rapidez com a qual estranhos se tornam amigos e desejam o bom e velho 'tudo de melhor nessa data especial'. Não dá pra fugir do clima de reflexão e expectativa que fica no ar, de toda a curiosidade sobre os dias que estão por vir e suas respectivas semelhanças e diferenças com os que já passaram. Se as pessoas que eu cativei até aqui perpetuarão sua presença anos a fio, ou simplesmente vão se desfazer no tempo e mal deixarão lembranças concretas. Vem aquela sensação de retrospecto, de avaliação e conclusões, das mais variadas espécies, como se hoje fosse um dia de fazer o balancete e ver se a minha empresa lucrou ou vai a falência. Felizmente, posso assegurar que o movimento foi bom e o saldo positivo, pois eu chego a essa data com a ficha limpa e a conta gorda de amigos da melhor linhagem. Não vou estender meu raciocínio por muitas linhas, até porque a ansiedade e esperança pelos abraços e ligações que estão por vir me tomam muitos pensamentos e nem sempre sobra o suficiente para escrever com qualidade. É o primeiro texto dos dezoito anos, e eu sei que vinte e seis minutos de maioridade não mudam tanto assim uma pessoa. Mas temos que ficar espertos com as mudanças - elas são sorrateiras. A mesmice camufla boa parte delas, então por via das dúvidas, já prefiro começar acreditando na transformação relâmpago logo nos primeiros minutos. À vocês, boa noite. E a mim, os parabéns. Feliz dezoito anos, feliz maior e melhor idade :)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

...pode estar do seu lado!

Seria realmente cômico, se não fosse trágico, ver o quanto ficamos contrariados quando alguém nos ilude, mas o quanto somos inócuos quando nos encontramos como executores de tal ação. Insistimos em armar toda uma estrutura para salientar nossas dificuldades, cobiçar coisas supérfluas, invejar até a falta de talento alheia e, em momento algum, se lembrar das incontáveis qualidades que se escondem por trás dessa armadura desastrosa. Ainda assim, é impossível esconder que conhecemos bem o quanto os pequenos momentos nos fazem bem, aquelas pessoas específicas nos alegram e aqueles pensamentos bobos nos arrancam sorrisos aos montes. Não precisamos ter o status de um famoso, nem copiá-los em suas atitudes impensadas e imaturas para que sejamos alguém - nós já somos. Temos nossa importância, ainda que nem você saiba reconhecer isso. Somos conscientes do orgulho que nos incendia ao sermos citados por alguém como especial, essencial ou simplesmente existente. Não precisamos esbanjar luxos os quais sequer conquistamos, muito menos subestimar e menosprezar pessoas que pouco ou nenhum mal nos fizeram. Boas lembranças são aquelas que envolvem a ativação das nossas melhores capacidades e não as que nos sobressaímos tendo, pra isso, que ignorar quem sempre nos estendeu as mãos nas horas de angústia. Temos que colecionar méritos por tarefas árduas, como perdoar aquele que, de alguma forma, te prejudicou, e não por ter vencido uma discussão sem conseguir extingui-la no final. No fundo, todos nossos sabemos nossa composição e as devidas proporções de bondade e da falta dela. Exaltamos a que mais nos convem, quando assim achamos necessários. Vagamos nossos pensamentos em buscas de porques e ainda nos prendemos a observar atentamente o verde da grama do vizinho em comparação ao da nossa própria. A relatividade existe sempre, ainda que implícita ou bem maquiada e é ela que nos ampara em nossas escolhas e, principalmente, no motivo pelo qual fazemos uma opção. Há sempre hora para usar o coração, mas há também a hora de deixá-lo falar em menor volume e ouvir uma boa, mas nem sempre a melhor, parte de nós: a razão. Já citei anteriormente aqui o equilíbrio dinâmico, que mais parece efeito dos estudos de química - e pode realmente ser. Os resultados nas coisas relacionadas ao futuro obviamente não tem previsão de chegada, fazendo a busca pelos mesmos parecer inútil ou, pelo menos, incessável. Mas, ao contrário dessas duas possibilidades, é o modo como trilhamos o caminho que ditará o quão longe estaremos ou permaneceremos do resultado esperado. O foco nem sempre precisa estar em onde se quer chegar, mas principalmente em como fará pra isso e com quem poderá contar. Por isso, a palavra de hoje é valorização! Por um dia, exalte menos quem sequer conhece sua existência e ainda assim tem os defeitos omitidos e qualidades exaltadas e transfira todo esse valor pra quem caminha do seu lado e, ainda que perceba a sua invisibilidade, nunca desvia a outro rumo pelo simples motivo de não te deixar sozinho.

sábado, 12 de junho de 2010

Valentine's Day

Falar sobre relacionamentos quase nunca é uma tarefa trivial. Qualquer interação entre seres humanos tem tantos pontos críticos que dificulta recursos como comparação ou um estudo mais detalhado sobre essas relações. A idéia inicial de falar sobre esse tema veio acompanhada da vontade de fugir do tradicional, abusar de termos chulos e citações aleatórias, como a célebre da parte não tão alva da cultura musical brasileira "solteira sim, sozinha nunca". Mas nem sempre é possível fugir a uma linha de raciocínio - e nem recomendado. Essa proximidade com o Dia dos Namorados, data tão esperada pelos casais apaixonados e repugnadas pelas panelas sem tampa, evidentemente teve grande influência sobre minha escolha. As vitrines das lojas ganham a tenebrosa coloração avermelhada da paixão, ornada com coraçõezinhos e outras coisas fofas que remetam ao amor e a importância de celebrá-lo. Não que quem não tenha namorado não ame, mas apenas não tem essa necessidade de expor ao mundo como e quanto ama. Pior do que lidar com esse bombardeio de artigos para namorados é alegar estar "solteiro por opção". Você acha mesmo que há essa categoria? Podemos não ter achado a pessoa certa, não estar no momento certo ou até mesmo no lugar certo, mas nada disso ocorre por pura escolha! A não ser que você acorde com uma peculiar vontadezinha de se trancar num quarto escuro e nele habitar pelo resto da vida, se ausentando da companhia de qualquer um - aí sim, totalmente sozinho por opção. Há quem se zangue em ser denominado como encalhado, o que não é o meu caso. Ofensivo mesmo é dizer que está com alguém apenas para não estar sem alguém, isento de qualquer sentimento especial. Como eu disse, relacionamentos são complexos e até a falta deles é motivo para longas e ineficazes análises. Não gastar meu dinheiro num dia de junho me faz sentir bem. Mas, não ter com quem gastar meu dinheiro nesse tal dia, nem tanto. "Antes só do que mal acompanhado" é a última frase que gostaria de citar hoje (prometo!) pois, dentre tantos outros termos pouco sinceros, é o que merece crédito por sua singular veracidade. Não sei vocês, mas eu prefiro passar o dia dos namorados (e a véspera dele) escrevendo para um blog sobre relacionamentos mal sucedidos do que me lamentando por estar com alguém o qual eu, nem por um segundo, gostaria verdadeiramente de estar. Seja qual for a sua situação, se está contando as horas pra que chegue o amanhã ou para que ele passe tão rápido que mal seja percebido, um feliz dia dos namorados. E não caia nessa de um dia pros namorados e trezentos e sessenta e cinco pros solteiros, pois felicidade pode ser alcançada quando e como você quiser. Amem... amém!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Somos daquele tipo, aquele tipinho bem medíocre que acha que é só aprender alguma coisa que já tem gabarito pra ministrar congressos sobre o assunto! Daí, insistimos em crer que verdadeiras lições se resumem a meio cento de palavras mal distribuidas entre gaguejos e disparos em uma dúzia de minutos. Se expandíssimos as voltas que damos em torno de nós mesmo nas tentativas frustradas de sobressair desnecessariamente a caminhada seria, no mínimo, longa. Queremos tanto solucinar problemas que as vezes até confeccionamos alguns, na esperança de quebrar a cabeça para resolvê-lo. Tanta semelhança ao mazoquismo só nos permite observar o quanto nos tornamos alienados quando vivemos uma busca eterna, sem eixos, sem orientação e, principalmente, sem objetivos. Somos degenerativos, e do pior tipo: os conscientes. Essa necessidade embutida de ter complicações, não se contentar em uma vida linear e a procura por indignações é, infelizmente, parte de nós. Fragmento desse todo que nos faz seres humanos extremamente sucetíveis a falhas. Algumas reversíveis, outras fatais; que afetam apenas a nossa rotina ou que refletem na agressão, ainda que indireta, à vida alheia. Assumir nossos erros é diferente de assumir nossa capacidade de errar. Muitas vezes nos damos por vencidos pelas nossas improdutividades e afirmamos aceitá-las por não enxergar soluções cabíveis. Aceitar a situação de errante é, por outro lado, muito mais do que ter apenas compreensão por cartada final: é compreender todo o processo, desde o meio tendencioso ao qual estamos inseridos até o nosso limiar de dicernimento. Enxergar que nossos acertos estão cercados pelos seus antônimos, engatilhados para nos atingir em cheio e fazer com que caiamos da corda bamba onde nos localizamos durante todo o tempo. Acima de tudo isso, enxergar no próximo um reflexo de si mesmo, dos seus méritos e desgostos ainda que em proporções e apresentações distintas daquelas que nos apresentam. Uma vez ou outra seremos mesquinhos, soberbos, confiantes demais quanto não se sabe sequer o que faz, descrentes demais quando se tem potencial além do necessário. O valor disso tudo está em sermos crédulos em uma segunda chance, mas jamais dependentes dela.