sábado, 20 de fevereiro de 2010

Menos reticências, mais exclamação!

Fazemos parte de um mundinho pacato, que só pode ser assim nomeado por conta das nossas atitudes e, principalmente, pela falta delas. Nos acostumamos a receber migalhas, subestimar nossas capacidades e acomodar nossos princípios de acordo com as nossas oportunidades. Assistimos no conforto da nossa ignorância as roubalheiras denunciadas nos noticiários manipulados pelas forças invisíveis de uma minoria controladora. E o melhor é nos sentirmos em condições de apresentar uma opinião 'própria' que nada mais é que o resultado do nosso processamento a partir de idéias ruminadas e disseminadas por aí. Hoje, a contaminação se tornou inevitável e a pureza e realidade dos fatos, coisas que só residem na imaginação dos mais crédulos. A conseqüente divisão entre iludidos e céticos nos deixa como opção aceitar a enganação ou mergulhar na desilusão de ver emergir o caos. Como se não bastasse negligenciar a necessidade da participação efetiva nos assuntos que incidem diretamente sobre a vida da sociedade como um todo, optamos ainda por nos espelhar nesse molde de comportamento para atuar na nossa vida pessoal. Acenamos de longe para as oportunidades ao invés de buscar agarrá-las; vemos o barco rumo ao naufrágio e sequer pensamos em utilizar o bote. Desistências múltiplas, é disso que nos alimentamos ultimamente. Talvez a facilidade tenha nos subido a cabeça e feito esquecer da importância de correr atrás de um objetivo e de quão realizador é o sentimento proveniente do alcance do mesmo. Deixamos a aparente calmaria alienar nosso instinto revolucionário, de domínio daquilo que é nosso por direito. Não é apenas reclamar do imposto abusivo cobrado indevidamente que vai parar nas meias e cuecas de políticos corruptos, ou aplaudir a prisão de um entre tantos praticantes de tais atrocidades. Não é só ameaçar quem lhe maltratar ou criar um alvoroço por um incidente no trânsito. Mudanças, pra se tornarem válidas, tem que ser consistentes, substanciais. Impulsividade é sinônimo de momentaneidade, resoluções superficiais. Devemos reparar nossas bases, educando nossos sucessores para não repetirem nossos passos falhos e nem acreditarem nas mesmas más intenções as quais tanto nos iludiram e ainda iludem. E, de uma vez por todas, aprender quando devemos utilizar nossa passividade e quando devemos deixar que ela dê lugar a algo por vezes muito necessário: reação.

2 comentários:

Anônimo disse...

É sempre difícil sair das reticências e partir para a exclamação.
O problema é que para se chegar no agir coletivo é antes necessária a formação de uma massa crítica de cidadãos atuantes que se arrisquem na ação individual, consigam se agregar e a partir daí passem a influenciar a maioria na condição de formadores de opinião. Não é tarefa das mais fáceis, exige coragem, resistência às críticas e capacidade de lidar com a frustração. O resultado de nossas ações, mesmo conscientes, quase nunca resulta no planejado inicialmente...
A coragem e a disposição são sempre necessárias...
Quem se acomoda? Quem se arrisca?

aninha* disse...

Existem duas maneiras de demontrar a insatisfação em relação ao que atualmente está sendo encontrado de modo tão fácil no cenário político. Há aqueles que se revoltam mas não demonstram nenhuma iniciativa e aqueles que de alguma maneira expoem o que pensam e buscam por no mínimo uma explicação. Parabéns, você deu o primeiro passo! =)

beeijo xará ;**