sábado, 16 de janeiro de 2010

Não tem hora pra chegar.


Acho que não vai ser a primeira vez que vou falar desse tema, mas posso garantir que a perspectiva vai ser um tanto quanto diferente das retratadas anteriormente. Saudade.
Hoje o dia acordou com uma cara bonita, e eu com a minha recém adquirida disposição matinal. Num passeio no parque, muitas pessoas em família, mas família mesmo com todos os membros, inclusive os que eu denomino como mais fiéis: os cães.
Não sei se é o sentimento de segurança, de carinho, de dependência e proteção que um cachorro transmite, mas são seres tão agradáveis que parece impossível não se apegar a um. Há uns bons dez anos atrás, havia um personagem desses na minha história. Meu pastor alemão, o qual media poucos centímetros quando o ganhei mas que, em uma semana de viagem, cresceu o suficiente para se tornam praticamente irreconhecível. Praticamente, porque o tamanho alcançado em nada modificou aqueles olhinhos brilhantes de felicidade ao me ver chegando no portão. Não sei como deve ser a maternidade, mas a sensação deve conseguir ser ainda maior do que a emoção que se tem ao rever seu bichinho, a preocupação que ficamos ao vê-lo doente ou simplesmente triste. Minha companhia diária, era com esse cachorro que eu costumava desabafar meus problemas. E, como todo bom dono de cachorro, eu podia jurar que ele entendia perfeitamente bem meus dilemas e que quase me aconselhava sobre os mesmos. Mas o problema nisso tudo foi a precocidade com a qual eu tive que lidar com uma das situações mais difíceis de todas: a morte. Como se desfazer de um companheiro tão especial, que de perigoso só tinha o jeito estabanado e que me fazia aquele bem incomparável ? Foi, de longe, difícil. A gente assiste filmes do tipo 'Marley e Eu' e pensa até ser exagero a possibilidade de se apegar tanto a um ser irracional. Irracional é o termo mais inadequado possível, pois eu posso assegurar que o meu animal de estimação era muito mais inteligente que muita gente que eu conheço. Mas, o fim foi inevitável e de muito sofrimento. A partir daí, até tentei ter outros bichinhos, mas um sentimento ruim, uma mistura de receio e falta de vontade, foi mais forte que eu e acabei doando um a um. Não há um dia que eu não me imagine correndo no parque com meu cachorro, deitando no chão e vendo os movimentos dele me acompanharem para uma maratona de falta do que fazer, cuidar dele como se fosse parte da família... mas ele era, ele sempre foi !
Pode parecer estranho pra vocês um texto sobre um cachorro, mas garanto que ele era suficientemente digno para receber uma homenagem assim, que é até singela demais para aquela figurinha! Ah, que saudade. Não há arrependimento, pois todo carinho que eu poderia fornecer, eu forneci... ainda que tenha recebido centenas de vezes mais do que transmiti. A dica de quem perdeu um ser tão único é que tenham a devida ESTIMA pelo seu animal de estimação.
ps: Eu acredito sim que ele está no céu dos cachorros, com internet, e com os olhinhos lacrimejando de saudades de mim, assim como eu tô dele! rs

3 comentários:

Unknown disse...

rs no fim? não boto fé

te amo

stephanie rabelo disse...

Caramba..chorei! juro..que lindo,cara! certeza que ele tá no céu dos cachorros!(:

Lirio de Deus disse...

Deu até um nó na garganta... eu podia ter feito mais, lutado mais... pra salva-lo!