quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"...a alternativa correta é :

Respostas pra indagações complexas da vida não possuem um compartimento próprio onde aguardam que sejam solicitadas e daí simplesmente saltam até você. Contrária a toda essa facilidade, a localização das soluções encontra-se não só em um, mas em vários momentos que muitas vezes passam até despercebidos. Fragmentos das mais variadas situações se deslocam para outras, onde parecem não fazer sentido, mas estão aguardando que alguém vá em sua busca. Juntar todos esses cacos é, de longe, cansativo, desmotivando várias pessoas que se julgam incapazes de interpretar sua própria existência em busca de auxílio na obtenção do êxito naquilo que fizer. A esse tipo de pessoa talvez realmente não caiba a posse das respostas que, de tão valiosas, deve ser muito bem valorizadas. Porém, algumas vezes não podemos contar como respostas sendo artefatos enterrados em alguns lugares do passado: elas ainda podem estar por vir, e aí solicitam de nós uma coisa ainda mais difícil... paciência! Apelar para reclamações a cerca do simples 'não entendimento' das coisas é a arma que mais lançamos mão no discurso cotidiano, talvez pela amplitude característica do termo, ou simplesmente porque nos recusamos a buscar conhecer e apenas optamos por ficar alheios. Respostas, formuladas ou encontradas, situações, sonhos, planos, erros, medos... são todos componentes de um mesmo grupo chamado vida, e não merecem uma atenção particular maior do que se deve dar ao todo. Algumas vezes acabamos nos prendendo a um dos itens, ignorando o fato de haver uma gama de outros igualmente úteis e talvez até mais construtivos. Em suma, lembre-se das suas aulas de gramática e apague a aplicabilidade da metonímia na sua produção vital: nada de trocar o todo pela parte. a parte pelo todo as vezes pode até ser positivo, mas bom mesmo é dar a importância específica a cada qual e aprender a fazer com que trabalhem de forma conjunta beneficiando o mais interessado: VOCÊ!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Febres

Nada que faça referências a reações a alterações biológicas, que fique claro desde já. Ao utilizar esse termo, evoco os surtos que determinados fatores provocam no nosso comportamento habitual. Numa análise bruta, o primeiro, e talvez por isso o mais importante, que me vem a cabeça é, sem dúvidas, os livros/filmes e seus personagens tão propositalmente semelhantes a nós. Não que eu me pegue por aí fazendo vidros de cativeiros desaparecerem e nem que eu resida sob armário algum de escada, mas ao ler ou assistir a cada produção Harry Potter é impossível não me identificar com algumas angústias vividas pelo jovem bruxo. Referências pessoais, a meu ver, são sempre mais completas, por isso faço sempre uso das minhas para complementar minhas teses. Mas isso não impede que falemos também da mudança virtual repentina para Forks que assolou o mundo 'orkutiano' quando estourou Crespúsculo. Toda essa incidência de fanatismo exatamente na fase onde a busca por identidade está em seu fervor talvez não seja meramente casual. Há tantos estudos por trás de uma produção de magnitude comparada a destas citadas que seria totalmente tolo pensar que são meras obras do acaso. Surgiram, de fato, de mentes magníficas, cuja criatividade deixa boquiaberta qualquer autora meia boca de blogs casuais. Porém, após a síntese dessas preciosidades, elas passam a vez para produtores e editores que buscam atores e paisagens convidativas, transformando as perfeitas palavras e linhas em futuros amores platônicos de jovens facilmente atraídos pelo desconhecido. Se isso soou como uma crítica, por favor releia todo o trecho acima e confira comigo que não há farpas em minhas notas. Apenas gosto de analisar o que acontece com um olhar (ou pelo menos uma tentativa de consegui-lo) externo ao que nos encontramos submetidos. É claro que me incluo nesse meio citado e que me pego inúmeras vezes imaginando como seria ter uma aula de poções. Entretanto, é sempre válido canalisar corretamente o que é fantasia e o que é realidade, cuidando para que essas em algum momento se misturem, propiciando mais graça a vida, mas que não se trate de uma união irreversível.

sábado, 24 de outubro de 2009

No Name

" Os desejos contrariam os conceitos físicos de força e todas as suas teses envolvendo massa e acelereção, mas asseguram seus preceitos quando o assunto é intensidade. A verocidade de um momento tão singelo aos olhos dos inocentes, mas carregado com todo sentimentalismo selvagem que se pode esperar de situações assim. Lembro-me vagamente daquele semblante, natural aos meus olhos, mas extremamente deslocado dos padrões de uma multidão. A calmaria se instaurou em mim com mais paradoxal força do que deveria e menos duração do que eu podia ter planejado previamente. A propósito, eu acabara por aprender que para permanecer ao seu lado, meus planos deveriam ser colocados num vazio juntamente com meus medos e anseios. Seus vícios me encantavam de uma forma tão revoltante, que entendimento passava longe de ser algo que eu dominasse naquele momento. Uma fúria boa, um sentimento inequiparável a quaisquer outros nomes que eu ou você conseguissemos pensar. Se era sua negligência que me atraía a você, não sei. Seus olhares rispidos, desprovidos de qualquer sentimentalismo banal de fato me encantavam. Aventuras e surpresas sempre me interessaram mais que cartões e declarações que tinham sempre curtíssimo prazo de validade. Talvez fosse por esta razão que meu corpo se encontrava alí, estático, desobedecendo os instintos de segurança que me ordenavam sair daquele manto negro banhado a árvores e solidão. Não havia muito a que se escutar, a não ser a sua respiração mesclada ao seu desprezo, mas acoplada a suas ordens implícitas em seus olhares, que queriam me conduzir sempre pra mais perto. O suor evidenciava seu medo, mas em sua totalidade jamais deixaria transparecer qualquer sinal de insegurança. Mais uma coisa a qual me admirava era sua capacidade de ofertar aconchego, não com carícias, mas com atitudes reais nem tão carinhosas quanto se convêm ser. No fundo eu sabia e me importava com o fato de que havia deixado preocupados meus amigos e entes queridos, mas um pensamento maior ofuscava minha veia de consciência, e me fazia, por alguns instantes, esquecer minha vida e tudo que lhe dizia respeito. A negritude no firmamento começava a se desfazer, e meu estado petrificado ainda não havia se modificado. Foram horas apenas nos entreolhando, como quem busca ver algo. Ou apenas senti-lo. Meus sentidos aguçados, mas todas minhas dores e vontades biológicas firmemente ignoradas. Eles só funcionavam para observar, e nada fazer. Quando o primeiro raio de sol incendiou os fios avelã de seus cabelos, num sorrateiro movimento, tudo desapareceu. Sua ausência desbancou toda a realidade e esmagou meu momento utópico: estava sozinha, no desconhecido, com um sentimento de êxtase ainda pulsando nas lembranças da sua presença, mas não havia nada alí que fosse hospitaleiro. Não sabia como voltar, as vezes me fugia a sanidade até meu local de origem. Tantas eram as incertezas que preferi me apegar na única coisa que, naquele momento, parecia me fazer sentido: eu precisava tê-lo mais uma vez. "

Sessão "publicando as obras não publicáveis". Divirtam-se, ou somente aguardem a volta dos posts reflexivos (:

terça-feira, 20 de outubro de 2009

" é coisa pra se guardar...

Dias chuvosos não são bons apenas para ibernar: eles servem também de inspiração. Isso, pra você, pode não ser uma verdade absoluta, mas pra mim com certeza as coisas funcionam exatamente desse jeito. Não sei se é a ociosidade, ou a calmaria paradoxal que os barulhos produzidos pelos elementos de uma tempestade... mas algo nisso tudo tem um quê de reflexão. Independente de explicações, o fato é que o pensamento do dia foi relacionamentos. Não, não estarei mais uma vez ocupando o espaço pra falar de amores frustrados, desilusões, paixonites e afins. Hoje, a prioridade é pra aquela que é, ao meu ver, a segunda mais importante relação que mantemos em vida: a amizade. Perdendo apenas para os laços familiares, não conheço um ser humano sequer que questione a significância dos seus amigos. O que constrói tudo aquilo que somos está diretamente ligado aos vínculos que formamos e na forma como eles vão atuar nas nossas vidas. E há amigos de todos os tipos, para todas as situações, sejam elas as mais inimagináveis. Amizades de infância, que se tornam algo equiparado ao casamento só que, é claro, não tão monótono e irritante: se conhecem a longa data, decoraram manias boas e ruins, brigaram, reataram e hoje, por mais distantes ou incomunicáveis que se encontrem, sabem bem que tudo aquilo que passaram juntos dificulta toda e qualquer tentativa de separação. Amigos espontâneos, cuja afinidade surge e se estabelece num piscar de olhos, transformando um mero desconhecido em um cúmplice com apenas alguns minutos de papo jogado fora. Amigos difíceis, que necessitou todo um processo de aceitação, onde o sentimento não foi a primeira vista, nem a segunda, muito menos a terceira, e o sentimento por pouco não se confundiu com outros bem contrários de aversão, mas que no fim das contas resultou em afinidade abundante e laços consistentes. E por que não, amigos amores, que foram frutos de outros sentimentos, mas que renderam boas amizades prevalescentes na presença ou ausência daquele sentimento que as proporcionou. É tanta variedade, mas todas com o ponto em comum mais importantes de todos: são máquinas geradoras de felicidade! E o melhor, não há valor a ser pago... cobra-se, nesses casos, apenas a reciprocidade!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Nossa realidade é multifacetada. De acordo com a minha disposição a lidar com os assuntos da vida, posso focar naquilo que melhor combinar com o momento. É claro que na prática as coisas não são brincadeira, e não somos personagens maleáveis o suficiente para viver uma face de acordo com nosso humor. Essa mesma realidade de vários caráteres abriga dentro de si um ponto de interseção, que foge aos padrões de conforto que muitos tomamos como parâmetro. As nossas reclamações correspondem aos sonhos de muitas pessoas que não tem a chance de poder reclamar desenfreadamente das coisas mais abstratas possíveis. Quando falamos de realidade dura para alguns, não estamos nos referimos apenas a não ter uma roupa nova para o baile, nem sapatos para combinar: falamos de pessoas que são carentes de coisas básicas, tanto para a sustentação física, quanto moral. Falamos de pessoas que não são para nós tão alheias assim, não estão em outro planeta nem em outra dimensão: são apenas ignoradas pelo nosso olhar de egoísmo e ignorância. falar é de fato muito simples e convincente, mas atitudes extrapolam feitos meramente ilustrativos. Portanto, nem sempre focar naquilo que mais lhe agrada é uma boa escolha. Talvez olhar em volta custe menos e seja mais eficaz para que você alcance o seu equilíbrio sem que para isso tenha que derrubar ninguém.

Past Continuous

Falar de assuntos gerais, por mais que seja uma prática habitual, é sempre mais complicado do que simplesmente expressar suas angústias. Mas, como o que é complexo curiosamente me agrada mais, é com algo desse gênero que pretendo gastar algumas linhas hoje. Passado. Quando o assunto é esse, não sei você, mas a mim remete de cara aos amores, amigos, momentos, vivências, aprendizados, risadas e toda essa bagagem de coisas que foram ficando, cada qual em seu respectivo ambiente e tempo, com o passar dos dias. Estaria o passado de fato estático e intacto em algum lugar? Acho que não. O futuro é proporcionalmente mutável às nossas atitudes no presente, e moldável de acordo com o rumo que tomamos. O passado é diferente por ser um fato já consumado, talvez por isso seja sempre taxado de irreversível. O pretérito, que oscila entre perfeito e real, funciona muitas vezes como um refúgio, um objeto de cobiça para conseguir sair das situações complexas que o presente nos permite construir. Engraçado mesmo é como todo presente se torna passado, e assume, a partir daí, um caráter totalmente diferente daquele que possuia de fato. Bom mesmo seria se funcionasse como um depósito, ao qual pudéssemos ter acesso sempre que julgássemos necessário; mas, se assim fosse, há de concordar que não haveria passado! Como nada na vida é mera coincidência, pelo menos não para mim e meu ponto de vista, há uma boa razão para que o passado seja assim, tão distante ainda que pertença totalmente a você. Uma relíquia, um porto seguro de armazenamento, que serve para ampará-lo, ainda que apenas com memórias, e permitir sua análise do que deu e não deu certo, pra que você copie ou exclua suas atitudes, de acordo com a dimensão que tiveram anteriormente. É o rascunho contínuo da vida que, em sua extensão, permite tentativas constantes, acompanhadas ou não de algum acerto posterior. Se é justo ou não manter momentos tão singulares apenas na memória, não cabe a nós julgar; cuidar para que esses momentos se repitam e proporcionem iguais ou melhores sensações, isso sim está ao nosso alcance.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

intimamente impessoal

bom dia.

é fato que já não há sol nenhum para que a saudação fosse essa, mas não pensem que eu não sei diferenciar dia de noite, claro de escuro. o ponto não é esse, então não vamos perder tempo nem o sentido da história nisso. há algum tempo atrás, talvez não muito, provas de amor marcavam a possibilidade de um relacionamento. e, se este chegasse a ser um fato consumado, seria duradouro, intenso e verdadeiro. os anos passaram e carregaram com eles grande parte das boas intenções que se faziam necessárias, ainda que como camuflagem, para esse tipo de relação. e hoje, numa análise bruta, onde chegamos? ao mesmo tempo que deixamos de lado nossos sentimentos, lançamos mão dos mesmos em frases feitas e dedicadas com todo afeto do mundo a pessoas praticamente desconhecidas. não se precisa mais conhecer a fundo a personalidade, os pensamentos, a vida ou qualquer outra coisa assim de um individuo para amá-lo. de fato, muito mudou, inclusive o valor do sentimento amor. eu sou sim daquelas que prega e defende que amor verdadeiro é aquele entre você e seus pais. mas dentro desse discurso não dá pra renegar aquele sentimento bom, que é um misto de conforto, prazer, segurança e mais um monte de coisas boas dificeis de serem listadas. pois então, esse mesmo sentimento tão complexo e tão intenso não corresponde ao significado atual que a maioria atribui ao amor. hoje, deixamos tornar rotineiro um 'eu te amo' que deveria, antes de tudo, conquistar espaço e ser merecedor de alí residir. muitos julgam como antiquado aquele que espera para declarar um sentimento, afinal... são só palavras, não é mesmo? não. se fossem só palavras poderiam ser ditas assim, a torto e a direito, sem a mínima preocupação se o receptor compreende o sentido e a intenção daquele discurso. qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência: quando dizemos que deturparam o significado de amar, não estamos apenas buscando uma forma culta de expressar uma indignação fajuta e superficial do caos que se instaurou no sentimentalismo como um todo. é realmente lamentante ver no que conseguimos transformar toda a magia, toda a pureza que antes era tão abundante. as pessoas, cada vez mais jovens, fazem atribuições de relacionamentos à envolvimento sem sentimento. não há relação sem sentimento, quando é que conseguiremos compreender isso? nem que seja indiferença, mas sempre há algo envolvido. negar a existência de um propósito maior parece ser motivo de orgulho, mas é apenas a prova que estamos lidando com situações tão diferentes, que acabamos vendo necessidade em nos mascarar de indiferença e estabelecer vínculos ficticios com pessoas aleatórias. não subestimando sua capacidade de ler as entrelinhas, que fique claro a função do bom dia do início: se eu escrevesse ali 'eu te amo' faria, de fato, alguma diferença? já não tenho criticas a construir quanto a essa postura dominante. ' aos meus inimigos ofereço minhas palmas e sorrisos; jamais as minhas vaias, pois não há expressão melhor da incapacidade de aceitar a superioridade do próximo quanto tentando reduzi-lo.' são minhas próprias palavras, entre aspas porque de certa forma foge ao contexto. os amantes da ausência do sentimento não são inimigos, apenas pobres almas que ainda não têm noção da lacuna que estão alimento dentro do seu universo. e a falta de inspiração pode conduzi-lo a achar o texto um tanto quanto entediante: não se culpe, pois hoje compartilhamos desse mesmo sentimento.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009



cômicos. é isso que nós somos, pra não dizer hipócritas ignorantes. num relacionamento, nos lançamos armados da cabeça aos pés com regras, comparações, advertências e opiniões. nos tornamos alheios a todas as falhas e reservamos a culpa única e exclusivamente para o outro. na relação do vizinho, palpitamos de certa forma sempre negativamente, alegando que se ele é compreensivo, é passivo demais se tem atitude, é muito explosivo. num trecho desse contexto parece humanamente impossível atingir um relacionamento ideal, que agrade os componentes e os agregados que insistem em se achar parte do todo. criticamos tanto, mas na prática tiramos uma xerox do comportamento errôneo e seguimos a risca esse molde mal intencionado. convencionamos a saciedade no relacionamento como aquela que engloba os sentimentos de participantes e alheios da interação. esquecemos do sentimento de completar-se com o que o outro tem a lhe oferecer, sem passar a maior parte do tempo tentando modificar atitudes, pensamentos, apenas convivendo e contemplando a alegria de encontrar alguém que lhe faça simplesmente bem. nunca haverá uma multidão protestando em prol da sua felicidade, assim como você não verá ninguém observando sua vida sem palpitar, seja lá com qual intenção for. jamais haverá pessoas perfeitas, com sorrisos estampados de duração vinte e quatro horas, de diálogo sempre doce e sereno. Aprender a aceitar o que te faz bem é abdicar de coisas supérfluas e, possivelmente, degenerativas de ego. aprender a viver inclui a entender que a sua vida é você quem tem que fazer.

domingo, 4 de outubro de 2009

NÃO !

De fato é minha peculiaridade não gostar de muitos.Muitos risos, de pessoas muito ou pouco importantes. Muitos motivos assombram meus pensamentos, e eu me encontro perdida entre tanto a analisar.Análises desnecessárias, admito. Mas se sua incidência é real, relutar contra observações passa de válido para patético.Não gosto do meio que modifica o homem, nem do homem que modifica o meio, nem de suas contradições e conflitos eternos em busca de certeza e ordem numérica dos acontecimentos.Exageros fazem parte de mim, mas não de minhas afinidades. Não gosto de subtrair por saber mais ou menos que alguém, nem de quem pensa ter poder suficiente para sair por aí fazendo isso quando quiser.Meus gostos e desgostos podem não te interessar, mas isso não me diz respeito. Quanto a ética e as regras para a boa convivência, as vezes elas lideram minhas listas de negação.Mas é ainda por elas que não me expresso como profundamente me sinto tentada a fazer. Intolerante à falsidade, compartilhadora da mesma. Antônimos compondo frases de coordenação aditiva, compondo um mundo ambíguo, intérprete das honras de habitantes acéfalos. Ah, jamais poderia lhe responder o que quero dizer, pois eu não costumo querer dizer muito as pessoas.Quero dizer muito a mim, a unica pessoa que comprovo ser entendedora dos meus silêncios, sem achar minhas metáforas antiquadas, ou sem criticas ocultas, apenas achismos explícitos.Hoje tudo me cansa, até minha presença começa a enquadrar-se em tal situação entediante. Estado de sítio para minhas relações: elas só vão de mal a pior, a medida que eu consigo ainda menos compreender o que se passa nos arredores dos meus companheiros pensantes. Se o problema sou eu ou se são eles, não interessa a mim, menos ainda a você.A grosseiria não esconde nenhum medo ou fraqueza, como alguns dizem por aí. É apenas o modo objetivo que eu escolhi nessa ocasião de externar minha revolta.E se não há motivos para minha revolta, não se faça ser um. Apenas concorde, discorde, fale ou cale-se. Não deixe sua existência passar ainda mais despercebida do que lhe foi pré-determinada.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Cada um tem seu diferente conceito sobre mudança, mas com certeza o ponto de romper com algo que já é substituível é um forte ponto de interseção entre as mais variadas definições. No entanto, o caráter substancial da mudança não consiste apenas em seu significado como ação, mas principalmente nos mais variados momentos em que ela se dá. Mudamos de roupa minutos antes de sair, mudamos de idéia minutos antes de fazer, mudamos de semblante minutos antes de sorrir. Uma relação intensa, intrínseca, que te conduz aos mais subjetivos devaneios e te retorna a realidade em um piscar de olhos, trazendo consigo a energia necessária para desviá-lo do caminho que estava prestes a seguir. O caráter da mudança não vem nela estampado como um rótulo; assim como as mais divertidas coisas da vida, é necessário o toque do 'arriscar' para suceder-se aos benefícios ou não da mudança propriamente dita. Até mesmo os conceitos que eu consigo aqui esboçar sofreram mudanças antes de se concretizarem em linhas, tendo muitas vezes seu conteúdo significativamente alterado nesse meio tempo. O importante de hoje, que serve também para qualquer outro dia, é que a mudança ocorrerá sem data marcada, sem lugar específico e sem razão determinada. O que irá diferir a nossa personalidade da de outrem, é a dosagem de opinião alheia que permitiremos interferir em nossa escolha e a coragem de enfrentar, no escuro, os obstáculos de origem não definida.