segunda-feira, 16 de março de 2009

é sempre hora.



cercar-se de vontades estupendas, realizá-las e arrepender-se.
não há ciclo mais incompreensível e mais frequente em toda existência.
há fatos simples, inesperados e radicais, que ocorrem em momentos ímpares e nos alertam para um balanço geral dos feitos. e principalmente dos efeitos.
não se conhecer não é nem nunca foi um dom. é um afastamento altamente perigoso.
entender-se e apoiar-se é a principal arma contra o massacre alheio.
quando você passa a não concordar com seus próprios atos, é sinal que há algo a ser mudado.
traçar metas e seguir caminhos, levando na bagagem apenas uns vagos pensamentos e, quem sabe, um ou outro ideal a seguir.
mas é necessário muito mais que isso. é necessário empenho e, principalmente, certezas.
explicitar suas vontades frente ao espelho pode ajudar na busca do auto-conhecimento.
reconhecer erros pode mostrar sua maturidade. nada dói mais que perceber seu mal pelos olhos de outro.
pensar as vezes parece tão complexo, mas é acima de tudo o bem mais precioso que se pode conservar.
o desejo de mudança é tão intenso quando ocorre, que não há caminhos suficientemente convincentes pra nos fazer desviar de tal.
coisas boas vem de onde menos se espera. enquanto falamos, julgamos uma pessoa pelo que ouvimos de outros, fazemos o pior e esquecemos de notá-lo.
olhar pra sí pode fazer mais efeito que espiar pela janela os defeitos tão familiares daquele que em nada lhe acrescentará.

sábado, 14 de março de 2009

Adeus você.


eu tô levando tudo de mim, que é pra não ter razões pra chorar.

se tivéssemos consciência de que todos os acontecimentos de nossa existência se baseam na forma cíclica, nada seria tão doloroso. o fim seria premeditado, esperado. mas na verdade, ele é! é a nossa amarga esperança que impede nosso acesso à tal verdade.
mas hoje, o assunto não é a dor, nem as mágoas deixadas pela partida. é seu caráter construtido, ou melhor, REconstrutivo.
é a capacidade que ela nos permite adquirir de restituir nossas vidas a partir daquilo que foi perdido, partido. é o poder de enxergar a vida com novos olhos, agora não mais vinculados à sínteses momentâneas da felicidade de outros tempos.
é partir também, é fazer da partida não o fim, mas o ponto de partida para um novo e longo caminho tortuoso.
andar em cima do muro é sinal que um dia você há de cair. optar por descer do muro antes que se acidente é uma medida sã, mas que ainda lhe priva das possibilidades obtidas no final do percurso. no entanto, a probabilidade de não haver nada além de arbustos secos e semi-mortos no final do caminho não é proposta suficientemente atrante pra te fazer arriscar.
descer do muro, e caminhar em terreno seguro é a decisão mais sábia e que tem melhores frutos a serem colhidos.
hoje a palavra é libertação. pra muitos, é algo extremamente abstrato como pra mim deveria ser. mas descobri recentemente que me fiz por contrariedades. onde todos conseguem ver, eu fecho meus olhos pra não me igualar. onde ninguém enxerga, eu aguço meus sentidos e mais uma vez me diferencio.
nosso coração se libertou, o seu ocupado com novos momentos, novos sentimentos e novas palavras. o meu, ainda livre. mas grato por estar liberto mais uma vez.
o sentimento amargo e angustiante que aqui deveria estar, fugiu pra bem longe de mim, me deixando apenas com a sensação impagável de poder sobre mim mesma.
é um dom saber envaidecer por si, saber mudar de tom.
caminhos separados. eterna gratidão. é tudo um misto, mas estamos efetiva e completamente separados.
a morte qe deu vida. você se lembra do que não mais existe. você também se libertou.

quinta-feira, 5 de março de 2009


mascarar-se de elogios e ocultar-se por entre as tendências, acabando por evidenciar aqui o que mais busca fugir: sua fragilidade.

mentes vazias, corpos controlados. mentes controladas, corpos cheios de vontades compradas! é tudo um absurdo e nossa inserção no tal não nos permite fazer exceção. negar ser, negar seguir... e por trás, onde ninguém pode nos enxergar, vangloriar-se por fazer histórias medíocres, feitos nada magníficos. num tempo tão homogenizado, uma mistura de mesmas coisas. e as coisas somos nós, e as mesmas tentamos não ser. falho, quase sempre. mas tentativa é o que tapa o buraco causado pela falha. mas as vezes tapa como armadilha, aparentemente coberta e segura, mas realmente preparada para afundar-te. são mentes brilhantes, que olham pra um lado clamando revolução enquanto cochicham para o outro faltas de contexto. pra não dizer vazio, diz-se subjetivo! entenda quem for capaz de encontrar sentido em idéias vagas, e propague esse entedimento para dar a tais um caráter significativo. usamos o poder do próximo como combustível para nossa ascenção. e no final, jogamos fora. junto com ele, vão nosso caráter e muitas outras coisas reciclaveis. não há separação de materiais, tudo se torna lixo. tudo que era luxo.

na época da repressão o cálice, o cale-se. agora na nossa tal liberdade o que há?

não há a mesma sede que havia antes, porquê a água está em abundância. e tudo que há demais tira nossa vontade de buscar, acaba com nosso instinto de luta.

demagogias escondem deficiências, dogmas escondem soberanias... esconde-esconde é brincadeira de criança. mas as regras do mundo são tão infantis... prova disso é o fato de existirem.

algumas coisas são assim, insignificantes por si só; valorizadas pelos dignos de dó.